quinta-feira, 25 de março de 2010

As lembranças das quais não lembro

Que coisa, né? Tanto tempo sem vir, resolvi voltar, meio assim, sem motivo...
Será? Mentira.

Voltei por uns motivos que seria melhor contar depois...  

... E por outros que também poderiam ser sintetizados em "Não há como fugir do 'Destino'.".
Pareceu tosco? E é mesmo.
Há uns dias, encontrei um diário meu, onde eu escrevi dos 10 aos 12 anos (meu passado me condena; tsc, tsc). Não havia muita coisa lá; mas, havia o suficiente. Li coisas das quais eu nem lembrava! E, poxa, coisas que, na época, foram mesmo muito importantes pra mim; mas, que minha memória "seletiva" deixou tão bem guardadinhas que só relendo essas descrições meio mal feitas - ou tão bem feitas quanto se é possível fazer aos 10 anos - eu pude "reviver". Lendo aquilo, pensei em quanta coisa TÃO mais importante aconteceu depois, e eu não escrevi. Lembro bem porque foi importante MESMO... Ainda assim, a emoção que eu sentiria ao reler daqui uns 4 ou 5 anos, não seria igual caso eu escrevesse hoje. E será menos intensa ainda caso eu não escreva... Então, estou quase me comprometendo a escrever TUDO de mais intenso, tudo o que altere meus níveis habituais de emoção. Não aqui, claro. Escrevendo aqui, sinceramente, eu acabaria omitindo certas sensações e impressões. Não seria autêntico. Escrevo aqui o que eu posso dizer sem deixar de lado certas nuances. Não quero precisar medir as palavras quanto ao que eu sinto, em um espaço onde me proponho a escrever com honestidade.

Mas, fiquei surpresa ao me surpreender com o quão surpreendente podem ser, quando escritas, certas lembranças esquecidas as quais provavelmente não seriam lembradas se, no momento de ápice das sensações, eu não tivesse colocado no papel.
Que péssimo isso, né? Mas, não vou reescrever, gostei assim. É bem assim que eu sinto, e mentalmente eu não me importo com cacofonias em repetições, rs. Sou conservadoramente liberal quanto ao que eu escrevo. E me contradizer eu acho que é a segunda coisa que eu faço de melhor. ;)

E, sabe, uma coisa curiosa quanto às lembranças escritas... Acho que não gostaria de lê-las em uma tela de computador ou escritas com uma fonte que, definitivamente, não expressa todo o sentimento que havia naqueles pingos de i's tão redondinhos e criticados pelos meus professores de redação. Além da sensação do papel marcado pelas letras (ou lágrimas) e, o mais interessante, pelos rabiscos que tentavam ocutar algo que eu quis dizer mas que achei que não era exatamente o que deveria ser dito para expressar o que eu estava sentindo.

Então percebi que estava fazendo algo que eu gostaria de fazer pra sempre, e não me dei conta. Escrevi que gostaria de fazer Veterinária ou sei lá o que mais... Mas, eu já sabia que nunca poderia fazer isso. Ou faria; mas, seria infeliz. Naquela época eu já tinha em mente que gostaria de escrever. Há muita metalinguagem guardada ali. E aqui estou eu, fazendo Jornalismo. Talvez o máximo do que se pode fazer usando como principal instrumento de trabalho a palavra escrita. E confesso já ter desanimado e me questionado muitas vezes quanto às minhas escolhas; mas, agora, estou quase feliz. Quase feliz.


Acho que é isso...
Vai ser bom abrir o Blog e ter algo novo. ;)
Ou nem tão novo assim... Enfim.