quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

@xavier_maria É fácil, às vezes, esquecer o que se escuta. Mas é impossível deixar pra trás os sabores, os cheiros, os toques, as cores, as vozes... E o prazer (com) que se fez. E que, muito mais, há de ser feito. 


Você vai ser cada sabor de um dos seus, na minha língua.
E cada lágrima de saudade daquilo que nunca existiu. 

Vai ser aquela paixão que mora em mim, ainda. 
E o coração, que da minha voz, pra sempre ficou vazio.











Eu tenho que parar de escrever. 

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

"Pois é"

"Enfim!
Hoje na solidão
Ainda custo
A entender como o amor
Foi tão injusto
Prá quem só lhe foi
Dedicação
Pois é! Então!"


Eu chorei, hoje, pensando em quanta coisa a gente pode sentir por uma pessoa e no quanto essa pessoa pode magoar a gente com meia dúzia de palavras mal ditas. Malditas. Quanto mais em alta se tem alguém, pro coração, maior é a dor que se sente, depois... Depois de qualquer coisa, depois de nada, depois de tudo.

Eu tenho que parar de pensar em frases feitas para essas ocasiões. São os piores momentos, talvez, pra se tentar colocar escrito tudo o que se sente. Mas, é o que me faz sentir melhor. Apesar de não resolver nada. Tudo tão contraditório, agora; enquanto ontem parecia fazer tanto sentido..."Pois é".

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Verbalizar

É uma das coisas que eu mais gosto de fazer nessa vida. Mas, o Twitter tá acabando comigo; deixando em mim essa mania de sintetizar as coisas importantes a serem ditas (o irônico é que, lá, eu quase sempre ultrapasso os 140 caracteres). Mamãe disse que eu falava demais quando era (mais) criança. Mamãe, meu irmão e tantas outras pessoas, principalmente os coitados dos professores, dizem isso até hoje. Lamento, é uma sina.

Eu sou apaixonada pela possibilidade de expressar o que eu sinto, o que eu penso, o que vejo, o que eu vivo; assim, através dessas letrinhas. Essa verdadeira paixão me deixou apaixonada por uma outra coisa que, no fundo, é a mesma coisa: idiomas. Poxa, não é completamente GENIAL pensar que uma mesma ideia pôde ser quase materializada em uma frase, por um povo, que se utilizou de um certo código composto de símbolos, regras, propriedades e tantas coisas mais, quase que como num jogo? E, mais genial ainda, então, é, pra mim, pensar que essa mesma ideia seguiu esse mesmo processo em centenas de outros lugares pelo mundo! Meio clichê esse exemplo, mas... Pensa só no "Eu te amo"! Aiai... 
Tenho quase orgasmos múltiplos quando lembro do Guimarães Rosa (não, cara, não tenho tesão nele...) e penso nisso aqui que ele disse:


"Eu falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração."
 
Sinto uma coisa quase como uma "invejinha-incentivo". Queria ter tempo pra continuar meu alemão, autodidaticamente. Ou ter condições reais (e não apenas wizardianas) de aprender alemão ou italiano. Ou francês. Ou japonês. Estou fazendo meu humilíssimo (e bota humilde nisso!) inglês... Só que, sabe, o desânimo está quase me dominando. Mas, não vou pensar nisso agora, não quero falar mal da UESPI. Sei que vou dar um jeito nisso. Se é alguma coisa que realmente me faz bem, eu quero fazê-la bem. Muitíssimo bem feita! ("Melancolia-impotência" me dominando...)


Li o livro "Travessuras da Menina Má", do Vargas Llosa (que, aliás, eu super indico; muito bom) e nele, o Ricardo (narrador-protagonista, herói-romântico não-clichê) trabalha como tradutor e intérprete pra Unesco, na França. Sai do Peru (Peru!) direto pra Paris. Depois, vai pra Londres (ah, a Kate Nash e aquele sotaque lindo!), Tóquio e Madri. Tudo a trabalho. E ganhando muitíssimo bem. 


 "Escolha algo que goste de fazer; e faça bem feito. Mas muito bem feito. Tão bem feito que as pessoas tenham que pagar para que você faça." 


Não sei, ainda, no meu caso, qual seria exatamente essa coisa a fazer... Mas, sei lá, TALVEZ eu esteja indo no rumo certo... Quem dá mais? ;)


Enquanto isso, me mantenho melhor do jeito que eu consigo... Verbalizando. Adjetivando. Adverbializando. Pronomeando. Substantivando... É o que eu acho que sei fazer.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Eu Quero Viver

Eu quero viver a alegria da certeza de que há alguém que quando pergunta "Como foi o seu dia?", pra mim, realmente está querendo saber como foi o meu dia. Alguém que ache graça quando eu passar vinte minutos contando como foi o meu horário de almoço. Que ache graça do meu cabelo no meio de uma tarde muito chata de domingo. Que goste do meu cabelo mesmo quando eu tiver acabado de acordar. Que acorde mau-humorado; mas, fique alegre só de ver o meu sorriso sem graça pedindo desculpas por ter fervido demais o leite. Que me faça ferver. Que faça tudo comigo. Até amor...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Desejos

Teresina. Taí uma cidadezinha complicada de se viver. Os que pensam, aqui; provincianos, do outro lado da rua... E em maioria. É difícil pra falar, é difícil pra ouvir, é difícil pra viver o que se quer, de verdade.


Eu tenho bastante coisa escrita nos olhos e nos lábios, e não me importo, deixo que sejam lidas por quem souber. Às vezes, chego a sentir uma dorzinha incômoda lá onde acaba o meu poder de dissimular junto com o meu juízo. Mas, isso me incomoda bem menos do eu sei que incomoda aqueles que não conseguem administrar seus desejos, suas vontades, suas iras, suas revoltas, seus risos, suas lágrimas, suas verdades... A si mesmos, apenas. Vivem (vivem?) buscando um meio de impor como perversa a realização daquele mais corajoso, daquele que não se importou com o que é errado para alguns semi-conhecidos frustrados e fracassados, com suas existências igualmente fadadas ao fracasso depois de tantos anos servindo de cobaia para as novas proibições de tantos outros recalcados que um dia resolveram trazer ao mundo mais um ser humano que vai existir sem viver.


Faltou vírgula nisso tudo que eu escrevi? Não. Prefiro que me imaginem dizendo isso assim mesmo, de um fôlego só. Não se pode parar pra pensar. Daria tempo pra que alguém viesse e sobrepusesse a voz à minha. 


Agora pode gritar, assim, bem falsamente. Mas, tente gritar alto, alto mesmo.
Alto o suficiente pra não ouvir os meus melhores gritos...
Iguais àqueles que você sufocou e que nunca mais vai poder recuperar. 


"Aqueles que reprimem os desejos assim o fazem porque seus desejos
são fracos o suficiente para serem reprimidos"

(William Blake)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Humanos [1]

Existem coisas, que algumas pessoas fazem, das quais eu realmente não gosto. Agora, por exemplo, uma das coisas que mais está me irritando é a incapacidade que alguns (teoricamente) adultos têm, de não conseguirem agir como tal, quando a sua fragilidade é exposta. Quando a sua condição humana surge, contestando toda a sua (mal e porcamente) conquistada superioridade.
Sabe quando uma criança perde completamente os argumentos e passa a disparar toda sorte de ofensas contra seu "combatente"? Então, de repente, quando percebe que quase tudo está perdido, se adequa perfeitamente ao estereótipo de pirralho mimado? Tapa os ouvidos, canta qualquer coisa como "lá, lá, lá" e abandona o combate batendo o pezinho? Pois é... É assim que tenho visto algumas pessoas se comportando... E muitos já passaram dos 30! Pessoas que simplesmente não aprenderam que é normal e saudável pedir desculpas, que é até bonito. Muitas vezes, nobre; já que são poucos os que fazem. Que pode ser de grande valia reconhecer, ainda que apenas para si mesmo, que nem tudo pode ser como se quer, e que quase tudo na vida requer concessões. Que ninguém consegue ganhar sempre; e que reconhecer no outro, alguém melhor que você, naquele momento, é ter a certeza de que ainda há mais por fazer, ainda há desafios a serem vencidos. E que não importa o que aconteça, tudo depende do modo como você encara tudo isso...
É lamentável, pois são pessoas das quais eu gosto bastante... E não sei como ainda tenho tido paciência. Só peço para que ela dure bastante, ou para que eu não encontre muitos mais desse tipo em minha vida. E imploro, com todas as minhas forças, para nunca me tornar alguém assim; incapaz de enfrentar com objetividade (ainda que deficiente) o meu fracasso; o meu erro; a minha limitação, simplesmente; a minha condição naturalmente falha e imperfeita: humana.
Pois é, filosofei ridiculamente. Mas é isso que eu penso... É o que venho observando... É o que estou sentindo.

domingo, 26 de julho de 2009

Dias de Domingo

Eu ia colocar o nome desse post de "Domingos", mas aí lembrei que tenho um amigo chamado Domingos e isso ia acabar ficando confuso, até pra mim, quando eu fosse ler isso aqui de novo. Falando nisso, tem tempo que eu não falo com o Domingos... Domingos, beijomeliga, tá? Saudade de ti! Mas, não era sobre ele que eu ia falar... Era sobre os "Dias de Domingo", mesmo.
Pra mim, não há dia pior, da semana, que o domingo. Do mês, talvez os últimos dias sejam os piores... Não por conta de que "sempre sobra mês no fim do meu salário", por que eu não recebo salário (nem tenho emprego!). É que fim de mês me lembra que o mês está acabando (ahá!); o que significa que lá se foi mais um mês e eu não fiz um monte de coisas que havia planejado "pra esse mês". Mas, noites de domingo são ainda piores que dias de domingo. Elas são naturalmente ruins, mesmo nas férias, porque me lembram que no dia seguinte é segunda-feira; e segunda-feira é, normalmente, o dia de acordar cedo depois de um ou dois dias acordando tarde. Mas, ainda assim, não é pior que o domingo. Domingo é aquele dia em que, pelo menos na minha casa, a moça que trabalha aqui, não vem, e sou eu quem tem (ou teria) de lavar a louça. Também não gosto do domingo porque a programação local da TV é sempre reprise de algum programa de entretenimento, apresentado por algum homossexual afetadíssimo, entrevistando pessoas que pagaram para que ele fosse à festa delas, para fazer falsos elogios ao ambiente, às pessoas e principalmente ao buffet. E, assistindo a um desses programas, agora, uma entrevistada disse que a festa estava "bombando, literalmente!" (literalmente?!). Osama ia gostar de saber disso, ia sim... É por essas e outras que eu não gosto de domingo. Isso acontece muito mais aos domingos. O domingo também me dá tristeza (ou dava mais) porque eu sabia que teria que ouvir a voz irritante do Gugu, que eu detesto mais que todas as outras vozes irritantes de domingo (como a Faustão ou, agora, a do Paulinho Vilhena). Além disso, domingo é dia de comida que engorda mais que todas as comidas da semana, porque ninguém nunca tem paciência pra cozinhar em casa e a gente acaba comendo qualquer besteira em qualquer lugar. O domingo me dá uma sensação nostálgica, também, sabe? É que fico pensando que mais um fim de semana passou... E eu não fiz nada que eu disse que ia fazer "nesse fim de semana". E, poxa... Acho que tenho perdido tempo, mesmo. Deixado os domingos passarem, os meses... E não tenho sido fiel a mim, ao que havia me prometido fazer. Domingo também me dá uma tristezinha porque me dá tempo pra pensar em coisas tipo essas, agora, como o próprio domingo e a sua imensa chatice. E a única coisa legal em que consigo pensar quando reflito sobre meus domingos é que, em inglês, domingo é bonitinho... Sunday. Dia de sol... Aiai... Acho que fiquei feliz, de repente, pensando em dias de sol e... Poxa, até que meus domingos sem graça renderam um post (também sem graça, eu sei, em todo caso, renderam um post). Espero que meus domingos futuros sejam melhores do que têm sido e que os que leem esse Blog (vocês, que entraram aqui por pura curiosidade) tenham domingos melhores que os meus.
Boa noite...

sábado, 18 de julho de 2009

Pra não dizer que eu não falei

Sobre o que, não interessa. Isso é um tanto secundário quando se tem um Blog que não é muito atualizado, sabe? (Pensem como eu, por favor, fiquem do meu lado). Pois é, voltei ao Blog. E tenho pensado um monte de coisa, principalmente sobre esse Blog, ainda mais tosquinho/gayzinho como ele está agora...

Eu, sinceramente, acho complicado escrever assim. Eu não tenho assunto, eu não sou repórter (pra sair apurando informações pra escrever sobre um acontecimento interessante), eu não sou engraçada (como meus amigos ou a mamãe dizem que eu sou)... Mesmo eu não sendo nada disso, eu gosto de escrever. Eu adoro escrever. O que eu posso fazer?! Eu gosto e pronto. Sou sem assunto, e daí? Quero escrever! Acho que ninguém vai ler mesmo, então, melhor assim. Sinto menos vergonha ao pensar em coisas pra postar aqui. Como agora, por exemplo... Penso, penso e nada. Mais ou menos como acontecia nas provas de matemática. Ah, lembrança sem graça essa das provas de matemática... Sem graça mesmo é a minha cara, a essa hora da noite(?), escrevendo aqui. Escrevendo pra dizer que adoro escrever mas que é complicado fazer isso, aqui, onde estou escrevendo. Aff... Eu falo demais, mesmo. Nisso a mamãe não mente. E por falar em mentir, eu ainda não estou mentindo, mas estou falando besteira... Muita. Melhor eu ir dormir, está tarde (ou cedo, questão de prismas). Preciso começar a acordar antes das 11 da manhã e otimizar o meu tempo... Otimizar meu tempo?! Rá... Se durante as aulas eu não fazia isso, agora, nas férias... Nem vou me iludir.

Boa... Boa madrugada, manhã... Noite é que não é.

sábado, 13 de junho de 2009

Corpus Christi

Na tarde do dia 11, lá fomos nós, mais ou menos uma dúzia de estudantes de Jornalismo, ao SaliPi. Teoricamente: "fazer uma matéria para a prof. Jacqueline". Na prática: conversar e falar mal dos preços dos livros. Sinceramente, fui para lá esperando encontrar alguns Best Sellers com um precinho mais interessante. Não encontrei. Assistimos uma palestra um tanto inútil, andamos, falamos mal dos preços, falamos mal de outras coisas (e pessoas) e então fomos embora. Ou tentamos.
Saindo da Praça Pedro II, mais ou menos às 7hrs da noite, e subindo a Av. Antonino Freire, já era possível ver uma multidão que se formava ao redor da Igreja São Benedito. Normal, feriado de Corpus Christi. De longe, muito bonito. Um palco interessante, bem ilumidado, muita gente segurando umas velinhas e cantando junto com o Padre uma música que me soou familiar, mas que eu não consegui acompanhar. Tinha que passar pelo meio daquela gente para chegar à Av. Frei Serafim, mas de repente me ocorreu um mau pensamento... Fiquei com medo de passar por ali e alguém, mesmo sem querer, colocar fogo no meu cabelo. Tá, bobagem, deixem pra lá. Então notei que a maioria das pessoas ali, eram idosas. Poucas crianças e quase nenhum adolescente. Passei rápido, cheguei à praça da Liberdade; caminhei um pouco, estava na Frei Serafim. Ótimo. Ia pegar meu ônibus e ir para casa. Sem chance... Um pessoal estava invadindo a avenida com carros de som e um trio-elétrico. Muito barulho. Uma música alta em que a única coisa possível de se entender era "Senhor Jesus". Muita gente cantando, gritando, dançando, pulando, deitando no chão... A avenida interditada, eu só queria ir embora. Era a "Marcha para Jesus" organizada pelas Igrejas Evangélicas de Teresina. E então reparei que a grande maioria era de adolescentes. Poucas crianças, quase nenhum idoso. Comecei a pensar se aquilo era por acaso. Não, não era. Já havia lido algo sobre a forma como as Igrejas Evangélicas estão agindo de forma a cativar os jovens, fazendo com que eles não somente se convertam, mas também se tornem seguidores ativos dentro dessa proposta; e o modo conservador como a Igreja Católica ainda atua, com poucos jovens realmente participantes das ações dessa Igreja.
A minha intenção aqui não é questionar quem está certo, quem está errado. Foi apenas um momento interessante em que essa diferença de postura das Igrejas diante do povo se mostrou de maneira bem nítida. Tanto pela forma de comemorar o feriado, como pelas pessoas presentes em cada ambiente, deixando ainda mais clara essas abordagens tão distintas.
Prometo, a mim mesma, fazer uma pesquisa sobre isso para tentar entender certas questões que têm me ocorrido ultimamente. Algumas coisas parecem um pouco contraditórias pra mim. Como o fato de as Igrejas Evangélica e Católica serem "permissivas" em aspectos diferentes e como alguns desses aspectos têm sido especialmente preferidos, pelos mais jovens ou pelos mais velhos, em cada uma.
Mas, de verdade, o que mais gostaria, naquele momento, era de ter conversado com algumas pessoas de cada ambiente para saber se sabiam exatamente o motivo de estarem ali... Comemorando!
OBS.: Se você não sabe porque ficou em casa nesta quinta-feira...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Só pra você (não) saber

Na real, na real? Escrevo isso para alguém que nem vai ler. Por que não pode, não sabe que esse espaço existe; e se soubesse, nas atuais circunstâncias, talvez não fosse ler. Talvez não fosse ler por que iria esquecer que um dia as coisas foram legais. Que conseguia compreender o quanto me fazia bem ter, sempre, aquela presença (por mais controverso que possa parecer o uso dessa palavra, nessa situação). Talvez não fosse ler por simples capricho, um orgulhozinho ferido; e é incrível como esse orgulho passa por cima de nobres "convenções psico-bio-socio-ideológicas" como amizade, carinho, lealdade e respeito. Provavelmente não iria ler por que estaria mais ocupado pensando em engenhosas formas de ignorar qualquer coisa que viesse de mim; e sem saber, iria alcançar esse objetivo. Brilhantemente... Idiota.

Então não iria saber porque eu escrevo. E não saberia que poderia alimentar aquele ego magoado; ainda que apenas soubesse que escrevi pensando em... (Tantas coisas). Só o fato de saber que "I'm spending my time..." a essa hora da noite (madrugada?) poderia causar um efeitozinho bem interessante. Mas, não saberia nem que escrevo e nem o que escrevo. Muito menos porquê! (Aff... Que idiota... Pensei num lead, agora... E isso me fez lembrar que preciso terminar uns textos da Jacqueline... Tá... Termino depois).

Mas... Escrevo para dizer que poucas pessoas souberam como usar tão bem as palavras comigo. Aliás, ninguém nunca soube. Nem eu sei! Escrevo para dizer que aquele livro realmente não é bom, você estava certo. Escrevo para dizer que sinto falta de contar que meus dias têm sido melhores do que eu havia imaginado, mas piores do que eu poderia ter feito com que fossem. Escrevo para dizer que tem chovido menos, mas as árvores ainda mantém o verde vivo dos dias em que a água castigou a cidade. Escrevo para contar que continuo com vontade de te levar a alguns lugares e de te apresentar a algumas pessoas, apesar de saber que você ficaria envergonhado. Escrevo para dizer que penso em você, principalmente quando escuto aquela musiquinha que achei que sempre faria parte das minhas lembranças ruins dentro de ônibus lotados, mas que eu descobri que você gosta, então passei a ouvir todos os dias. Escrevo, ainda, para dizer que essa falta vem diminuindo depois de tudo que você disse na última vez em que conversamos... E para te agradecer por ter dito tudo aquilo. Me magoou de um jeito todo especial: profunda e definitivamente. E se não fosse isso, talvez fosse ser bem difícil deixar explícitas algumas palavras que eu só havia conseguido deixar subentendidas mas que você nunca havia entendido...

Não me desculpe, adeus.

domingo, 24 de maio de 2009

Só umas observações

Lendo coisas pelo Orkut, a gente se depara com pessoas que não têm a menor consciência de algumas questões. Se fossem apenas posts com comentários sem graça ou inúteis, até que tudo bem (em parte); mas tem gente que se enrola toda só pela vontade de aparecer, de se mostrar "inteligente".

Em uma grande comunidade que propõe que as pessoas escrevam e divulguem seus textos, encontrei pelo menos 3 participantes utilizando textos de Martha Medeiros, Lya Luft e Rubem Braga como se fossem seus. Então eu fico me perguntando uma coisa, e não é "Porque as pessoas fazem isso?"; a resposta para essa pergunta todo mundo sabe qual é. Fico me perguntando se não passa pela cabeça desses "escritores" que alguma outra pessoa já possa ter lido aquele texto, já que os verdadeiros autores são famosos. Ou então se não imaginam que, com essa simples ferramentazinha chamada Google, alguém pode, com um pequeno trecho do texto, chegar a um link que leve ao real autor.

As pessoas não confiam em si o suficiente nem mesmo para escrever um texto para postar no Orkut?! Ou, pior ainda; utilizam-se de trabalhos alheios para impressionar desconhecidos da internet?! Essa coisa toda dos sites de relacionamento (não apenas Orkut, mas também Hi5, Twitter...) e dos "fakes", cria uma necessidade em algumas pessoas de ficar o tempo todo se impondo, provando a completos desconhecidos que são capazes de certas coisas. Uma doença, eu acho, a partir do momento em que começam a se envolver naquele "mundinho" como se fosse realidade. E roubar textos alheios para posar de escritor, com certeza é um indício de que esse envolvimento chegou a um nível preocupante.

Essa necessidade de autoafirmação é importante e normal, eu acho. Natural do ser humano querer mensurar suas capacidades, seus desempenhos... Seus limites. Mas, além de inúmeras outras coisas a se considerar com relação a essa "autoafirmação"; é importante (e tão óbvio que chega a ser quase idiota) que seja uma afirmação de... Si mesmo!

Valores meio invertidos, esses. Prioridades estranhas...
Tenho até medo do que ainda vem por aí.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Múltiplos Sentidos

Interessante como a palavra "sentido" tem vários sentidos ("significados" poderia ficar melhor nessa frase, mas aí perderia o sentido). Em um Aurélio antigo (edição de 1977), que eu achei aqui em casa, a definição da palavra "sentido" está assim:

"sentido - Adj. 1. Pesaroso, triste. 2. Magoado. 3. Em princípio de putrefação.
- Sm. 4. Cada uma das formas de perceber sensações, segundo os órgãos destas: visão, audição, olfato, gosto e tato. 5. Propósito. 6. Acepção. 7. Pensamento. 8. Direção, rumo."

Já em um Aurélio Ilustrado novo (2008), assim está:

"sentido [sen-ti-do] Adjetivo - 1. Magoado, ofendido: Ficou sentido com a brincadeira do amigo. Substantivo Masculino - 2. Cada uma das formas com que percebemos as sensações: O sentido da audição; o sentido do olfato; o sentido do paladar;o sentido do tato; o sentido da visão. 3. Significado de uma palavra ou de uma frase: Não sei o sentido desta palavra. 4. Coerência: O que João está dizendo não tem sentido. 5. Direção do tráfego numa avenida, rua, etc.: A prefeitura alterou novamente o sentido da minha rua."

Pra começar, eu achava que "Pesaroso, triste" e "Magoado" acabassem tendo o mesmo significado quando substituídas por "sentido", eu não consigo ver uma diferença clara. Depois, não sei onde é que "Em princípio de putrefação" poderia se utilizar de "sentido" para transmitir essa ideia de "coisa estragando" ("Esse pão está sentido", por exemplo... Que bizarro!). A questão das sensações está Ok. "Propósito" também; afinal, isso aqui que estou escrevendo tem um sentido (acreditem). Acepção é exatamente isso que a palavra "sentido" tem de monte: formas de se empregar um vocábulo. A do "pensamento" eu confesso que não entendi também... E é complexo demais pra se pensar agora, ainda mais porque a palavra "pensamento" tem tantas definições quanto "sentido", de acordo com o Aurélio de 77. Já quanto a "direção, rumo", está claro.

Além de "coerência", citado no segundo dicionário, eu acrescentaria mais um significado. "Sentido" como verbo; particípio de "sentir". Houaiss deve ter isso, ou mesmo um outro Aurélio. E a expressão "duplo-sentido. Penso que seja um pouco mais que um sinônimo pra ambiguidade, pois não só significa que determinado vocábulo pode ter duas significações (o que pode vir a comprometer a compreensão da mensagem), mas especialmente (pelo uso, convencionou-se e subentende-se) que um daqueles sentidos é ofensivo ou tem conotação sexual. E talvez ainda haja outras formas de se usar essa palavra, assim como há muitas formas de usar uma mesma outra palavra. E significados tão diferentes que podem vir a ser contrários, às vezes; como, por exemplo, a palavra "relevante". A palavra "induzir" tem pelo menos 3 significados particularmente interessantes. E a palavra "crônica"?

Para entender direito as relações entre os dois mais importantes significados dessa última palavra, procurei em um dicionário etimológico; e tanto a crônica como gênero literário (jornalístico) quanto como adjetivo, têm relação o prefixo crono ("do grego chrono, de chrónos - tempo) e nos transmitem uma relação com "tempo". Crônica, como adjetivo, é "relativo a 'tempo', que dura há muito". Há ainda, mais especificamente: "diz-se das doenças de longa duração por oposição às de manifestação aguda". Já como substantivo, tanto pode ser "narração histórica feita por ordem cronológica", quanto "seção ou coluna de jornal ou de revista que trata de assuntos da atualidade".

Penso, então, se esse texto (fruto da minha enorme paixão pela metalinguagem), pode ser uma crônica. Não está em um jornal nem em uma revista, mas há assunto mais atual que a própria linguagem? Principalmente quando se fala em língua portuguesa. Tanta complexidade, tanta variação, tantos sentidos. Múltiplos e poderosos sentidos. É saber usar.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Primeiro Post

Pela primeira vez com um Blog assim, disponível para os amigos todos...
Confesso que tenho um pouco de vergonha de deixar que leiam a maioria das coisas que eu escrevo. Talvez por não querer expor certas questões minhas que só aparecem quando eu passo pro papel (ou pro Word). Mas acho que finalmente vou conseguir manter um Blog. E um Blog aberto!

Pretender, não pretendo nada, acho. Só quero meu espacinho... Poder falar de tudo um pouco. Quem me conhece, sabe que eu falo demais (coitados dos professores). Acho que aqui vou ter uma ótima chance de treinar meu poder de síntese. Eu preciso.
Aliás, já falei demais. Volto quando tiver algo realmente interessante pra escrever (e que isso não demore muito).


Espero que gostem.
Até mais.