terça-feira, 25 de setembro de 2012

De Fernando Pessoa

Eu não sou de poema, eu sou de poesia, mas em prosa. Só que isso aqui é universal, é maravilhoso, é prosa em frases curtinhas. É certamente o meu poema preferido e, nos últimos dias, tem expressado melhor do que eu mesma o que estou sentindo/pensando, então é isso. 

Poema em linha reta


Nunca conheci quem tivesse levado porrada. 
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;


Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;


Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.


Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


(Fernando Pessoa - Álvaro de Campos)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Das possibilidades

"(...)

Suppose I never ever met you
Suppose we never fell in love
Suppose I never ever let you kiss me so sweet
And so soft

Suppose I never ever saw you
Suppose you never ever called
Suppose I kept on singing love songs
Just to break my own fall..."

sábado, 14 de abril de 2012

Fazer o bem sem olhar a quem; desde que não seja um cachorro

Não quero emocionar ou comover ninguém. Embora o assunto me emocione e comova, tenho total consciência de que se você não gosta de animais, não vai ser com meia dúzia de fotos ou 5 minutos de um vídeo que vai mudar de ideia. Muito menos com um texto meu. Mas o objetivo é outro. Não penso que cachorros são melhores que pessoas. Muito menos o contrário. Talvez esse seja um post pra mim mesma, uma tentativa de entender porque tanta gente é contra quem ajuda esses seres ou contra a forma como essa ajuda acontece. Dos dois jeitos, acho uma grandessíssima imbecilidade, especialmente se você não faz nada por ninguém. 

O mimimi de sempre e a primeira conversa que peço pra que não me venham dizer é a de que quem ajuda animais está deixando de ajudar crianças, idosos, moradores de rua, dependentes químicos, portadores de deficiências, doentzZZzzz... Quem tem compaixão por bicho faz mais pelo mundo do que quem só reclama de quem faz, caso da maioria dos chatos. Eu gostaria de saber quantas, das pessoas que criticam tanto esse tipo de trabalho, fazem algo efetivo e constante por algum ser humano como fazem as pessoas que cuidam de bichos. 

Você já adotou alguma criança? É pelo menos padrinho ou madrinha de alguma delas no Lar da Criança Maria João de Deus? Doa alguma quantia do seu salário para ajudar a comprar o material escolar delas no mínimo uma vez a cada doze meses, no início do ano? Uma roupa nova, que seja, no Natal? Talvez faça, mas eu duvido muito. Já fui lá várias vezes, algumas voluntariamente e outras por conta de algum trabalho da Universidade ou alguma matéria que precisei escrever e sempre vi muitas cenas tristes, muita coisa comovente, uma situação realmente desumana, especialmente do ponto de vista emocional e psicológico para essas crianças. E, sabe, não vejo muita gente ajudando. Usando o mesmo argumento que usam, digo que se o tempo que esse pessoal gasta criticando fosse gasto em recolher uns pacotes de leite pela vizinhança pra levar pra essas crianças, já seria de grande ajuda. Mas não fazem. 

E os idosos? Olha, também já visitei quase todos os abrigos para idosos em Teresina e a situação não é muito diferente. No fim da vida, a maioria sequer recebe visita da família. Mas isso que estou falando não é novidade pra ninguém. Além do mais, quando você tem, é fácil demais depositar um dinheirinho de vez em quando na conta do Abrigo São Lucas, não é? Ficar com seu carro pessoal cheirando a cachorro não é. Perder seu tempo, que poderia estar sendo gasto em criticar os outros pela internet (olha que maravilha!) pra buscar ajuda de quem quer que seja pra tratar de bichos doentes também não é. Então o que estão fazendo todos os que criticam tanto? O que têm contra quem faz mais que elas pra ajudar alguém? 

Quando um grupo recolhe um animal da rua está fazendo um ato não só de amor aos animais, mas social e de saúde pública. Um animal nas ruas, doente, aparentemente ou não, pode deixar doentes sabe-se lá quantas pessoas. Seja mordendo alguém e transmitindo algo como a raiva ou estando perto de crianças e fazendo com que adquiram calazar. Se você ainda não havia se dado conta desse tipo de coisa mas gosta de criticar esse trabalho porque, pra você, é falta do que fazer e coisa de gente que não gosta de outras pessoas, eu tenho muito a lamentar. Além disso, muitas são as pessoas que chamam os grupos protetores para que um bicho seja recolhido, não porque está em situação de risco ou degradante, mas porque "é nojento" e está "atrapalhando" a vida das pessoas. Vai vendo. 

Em geral, as pessoas que criticam esse trabalho e falam tanto em perder tanto tempo e dinheiro com animais em vez de ajudar outras pessoas, são as mesmas que preferem torrar R$ 1.200 (às vezes bem mais que isso) pra comprar um cachorro de raça em vez de adotar um perfeitamente saudável e, por ser adotado, de graça. Você sabe o que acontece com os animais dos pet shops que não são comprados? Eles não vão pra rua, eles não morrem de fome, eles não vão precisar sobreviver da caridade de quem puder ajudá-los. Ou você vê muitos poodles, yorkshires, pit bulls, chow chows ou bulldogs pelas ruas? Não, não vê. Se vê, foi porque os donos que os compraram os abandonaram.

Os animais que não são comprados nos pet shops (o que, diga-se, raramente acontece, porque o tão humano e solidário cidadão comprou um filhote que custa quase seis vezes o valor de uma cesta básica e o dobro do valor do salário mínimo atual) são enviados de volta aos criadores, pessoas que trabalham exclusivamente com a reprodução das raças "puras". Nem vou entrar nesse mérito de pureza de raça e "qualidade" do animal, porque enfim.

Quanto aos animais de abrigos ou das ruas, quando não são adotados, dá pra imaginar o que acontece, não dá? No mínimo morrem de fome porque nem sempre as pessoas quem tentam ajudá-los conseguem manter os potes de ração sempre cheios.

Os animais dos abrigos quase sempre são aqueles que já tiveram um dono um dia mas foram chutados de casa por algum motivo. Motivos esses quase sempre tão imbecis que, sinceramente, melhor nem comentar. Esses animais inicialmente são muito arredios, alguns até agressivos, mas com o tempo, com o carinho, o amor, a atenção e o cuidado que recebem onde são acolhidos adquirem uma gratidão tão grande que se tornam absurdamente dóceis.

As dúvidas quanto à procedência e à saúde desse bicho, argumento (também imbecil) usado pelos compradores para justificarem porque preferem comprar a adotar um animal, quase sempre são providências tomadas pelo abrigo que os recolhe e disponibiliza para adoção. Ainda assim, caso não tenha certeza da situação do animal, levá-lo a um veterinário para que tudo isso seja verificado ainda vai sair infinitamente mais barato do que o preço de um bicho de raça comprado. Pelo menos sejam sinceros com vocês mesmos.

De outro lado, dizer que quem gosta de animais não se comove com a dor do outro é uma coisa curiosa. Eu nunca vi nenhum grupo de proteção aos bichos pregando ódio às pessoas. Já muitos grupos ~solidários~ menosprezam quem trabalha com bichos. Não dá pra entender. De verdade. Falo mais explicitamente em cachorros mas isso serve para muitos outros exemplos quanto ao fato de se julgar queem cuida, ajuda, ama e se comove com a história de alguns bichos. Cachorro, cavalo, galinha, gato, pato, elefante, sapo... Eu tenho medo/nojo de sapo, mas não vejo porque alguém tem que matar o bicho jogando sal nele. É uma maldade que, sei lá.

Mas aí ainda há quem ache que só pode ajudar os animais se deixar de comer carne. Comparações entre rodeios e churrasco (!) são constantes. Embora eu não goste muito de carne vermelha (o que não quer dizer nada, porque gosto de frango e peixe e bichos continuam morrendo pra que eu possa comer isso) eu não deixo de comer, não vejo motivo para isso e acho a comparação absurda e extremista; embora já tenha pensado em deixar de comer carne por questões que vão além de gostar de bichos. Não critico vegetarianos ou vegans, embora ache que esse tipo de coisa não poupa animal nenhum de crueldades impostas pelas pessoas e se engana qu em acha que deixando de comprar uma bolsa reconhecidamente de couro está deixando de consumir qualquer coisa de origem animal. Ainda assim, já é uma atitude no meio de tanta apatia.

O que eu sinto é uma necessidade doida de ditar o que ser feito. "Você pode ajudar, sim. Quem disse que não? Desde que seja a ajuda que queremos ver. A ajuda que nós achamos mais justa". Não há causa mais justa, não há solidariedade mais bonita, não existe isso. Existe quem quer fazer alguma e em quem prefira criticar por criticar. O objetivo aqui não é chamar mais gente pra luta em prol desses seres, mas pelo menos tentar fazer essa hipocrisia ridícula mais evidente. Se não quer ajudar, não ajuda. Mas não atrapalha. Não critique um trabalho que você não entende como é feito e que repercussões pode ter, inclusive na sua vida.

E se você ajuda ou faz parte de alguma instituição que cuida de pessoas, independente do problema que tenham ou da faixa etária que possuem, mas não acha digno o trabalho de quem ajuda os animais, reveja seus conceitos de humanidade, solidariedade, compaixão, presteza e doação. Você não é melhor por quem ajuda, pela causa em que se engaja, você só é pior se não faz nada e não quer deixar que outros façam. "Choram quando um jumento morre mas não choram quando uma pessoa morre". E você, chora/se move/ajuda/faz/atua pelo quê?



Embora tenha grande admiração pelo trabalho que fazem as pessoas Associação Piauiense de Proteção e Amor aos Animais (Apipa) não estou direcionando o texto apenas a eles. A situação não é assim só aqui em Teresina, mas uma hipocrisia e babaquice generalizada mesmo.

sábado, 7 de abril de 2012

Dentes cerrados para sempre

Foi em 2009 aquilo tudo e só agora eu reparei. Eu já tinha o blog, mas claro que não postaria nada daquilo aqui, porque na época, pra ser bem sincera, eu sequer tinha noção da dimensão que aquilo tomaria na minha vida. Eu sou - e somos todos - assim. Fui marcada por pequenas decisões que no momento eu não sabia que iriam me arrebentar futuramente, para sempre. Mor(t)almente, na maioria das vezes. 

Foi naquele ano que eu fiz 18 anos, entrei nas Universidades e engatei aquilo que hoje eu chamo de a mais fracassada das tentativas de recuperar alguma coisa que nunca existiu. Ninguém nunca vai entender do que eu estou falando; mas é isso que é um blog, coisas que a gente escreve pra pessoas que nunca vão conseguir compreender completamente o que a gente está querendo dizer. 

Eu vivo em crise comigo mesma e choro sozinha, cerrando os dentes, pelo menos uma vez por mês. Mas, calma, é só um ritual de purificação natural, nada de outro mundo, nada de depressão ou pulsões suicidas. Longe disso. Quem não é triste ao menos um domingo a cada quatro? 

Mas 2009 foi o ano em que tudo isso assumiu essa forma real de tudo que havia sido imaginário até então. Ao mesmo tempo, foi quando eu menos senti alguma coisa. Eu realmente achava que aquilo iria ralo abaixo sempre que eu chegasse em casa. Ou antes disso, até. Mas nunca foi. De vez em quando eu encontro aquelas caras nos corredores descontraídos ou nas salas de reuniões formais. Eu finjo que não vejo e beijo e tchau. Vou fazendo de conta pra mim mesma que não sinto nada, agora sentindo mais do que nunca. 

Eu nunca fui daquelas que se guarda, se preserva, cala a boca, lamenta em silêncio e comemora tímida. Eu falo alto, grito de alegria e me escondo pra chorar porque, olha, essas coisas ninguém precisa ver. Eu devo estar fazendo um novo drama disso tudo, mas é difícil ignorar as sensações que ficaram. 

Embora tenha passado, algumas coisas mudaram pra sempre. Aquilo tudo mudou meu jeito de pensar, sentir e fazer algo que eu já havia feito antes, mas com muito menos coisa na cabeça que na alma. Quando a gente racionaliza certas coisas é mais complicado. Algumas coisas precisam ser viscerais a vida inteira. Banalizei. É isso. Banalizei e agora não consigo mais respeitar. 

Hoje eu me conheço melhor e conheço melhor as outras pessoas. E, olha que contraditório, por causa disso hoje eu sei que nunca deveria ter me metido nisso. Eu não lido bem com certas coisas que nos atacam na consciência. Ao mesmo tempo, poxa. Se eu acabei com alguém, foi comigo. E mais. Será que é consciência ou outra coisa que me martiriza? Acho que eu nunca vou saber. Mudei e mudei de vez, sem volta. Tudo aquilo ainda passa pela minha cabeça em momentos de grande decisão. E a cada nova escolha, a mudança é mais notável. E parece que volta a me mudar de um jeito diferente. E para sempre. Num sempre que caiba na minha vida, um sempre dos três segundos eternos. Uma pequena morte

domingo, 11 de março de 2012

Relatos de por que eu bocejo quando alguém conversa

Às vezes eu bocejo fingindo desinteresse pra que ninguém me ache minimamente interessante e não tente puxar conversa. Eu gosto de conversar, gosto até demais, mas tem dia que não estou pra nada disso. Ainda assim parece que se eu não tenho o dom, tenho a cara de quem ama escutar o mimimi alheio de todo dia.

Naquele dia quente pra caramba de fevereiro o velhinho sentou ao meu lado no ponto de ônibus da Praça do Fripisa e me veio com uma história de que o filho estava se formando em breve em Direito mas ainda não tinha emprego. Eu voltava da Ufpi, em um dia de férias, depois de resolver umas coisas sobre a documentação do estágio. Quase disse pra ele que eu estava pior, mas, sei lá, vai que o filho dele tem umas crianças a quem precisa alimentar. Não tá fácil.

Depois veio com uma história sobre a violência no Dirceu e tal e coisa. Eu também quase disse pra ele que passei a manhã escrevendo e lendo matérias sobre aquilo e que, na boa, não estava afim. Mas só "sorri e acenei". Ele continuou a despejar todas aquelas lamúrias por entre os espaços de dentes que faltavam na boca. Foi-se embora quando chegou o IAPC. Por que é que todos os velhos pegam o IAPC? E o que, afinal, significa IAPC?

Hoje, indo pra já costumeira tarde de domingo na redação, o cara mudo entrou no ônibus. Até o cara mudo vem falar comigo. Eu não gosto disso, de ficar desconfortável, e ele me deixa desconfortável. Ele chega com um pote enorme e transparente cheio de uns bombons de chocolate que eu nunca vi ninguém comprar, mas que ele pega de dentro do pote e encosta nas pessoas, porque o negócio é gelado. Ele faz isso especialmente no rosto das meninas que eu acho que ele, sei lá, quer pegar. Se um dia ele fizer comigo e eu estiver distraída, vou pensar que é um sapo e vou dar um piti. Vai ser obsceno, de tão tosco. Shame on me.

Éramos só eu e outra menina no ônibus. Ele sentou na frente dela mas ela soube ignorar perfeitamente. Aí ele veio pro meu lado com aquela dúzia de bombons gelados, tirando um por um e me mostrando que recheio tinham. Deu vontade de saber libras o suficiente pra pedir pra ele me deixar em paz. Não adiantou e ele seguiu "conversando" e me enchendo a paciência.

Desceu no mesmo ponto que eu e me acompanhou. Tentou pegar na minha mão duas vezes e eu pensei 'Como eu faço pra dizer pra esse cara se mandar?'. Até eu perceber que ele era só mudo, não surdo. Que burra. Falei 'Tchau' algumas vezes e ele fez o que eu costumo fazer: se fingiu de surdo, mas sei que ele não é. O antipático ainda foi comigo até perto da redação e eu quase tentei correr pro 25º BC. Que diabos esse cara queria? Fazer eu convencer a redação inteira a comprar aquelas coisas? Ele fez um gesto que foi quase um coração ~casmão~ e foi embora. Louco, meudeus.

Na volta pra casa, a mulher que sentou do meu lado quis me contar como ela fez pra escolher o presente do neto. Eu lembrei da técnica do bocejo. Bocejei. O bocejo é tipo o fone de ouvido dos sem-fones-de-ouvido, como eu, na atual conjuntura econômico-tecnológica da minha vida. Meu MP4 quebrou e eu não consegui comprar nada do tipo, ainda, pra substituir.

Tenho medo dessas conversas que se estabelecem de repente, sem um motivo mútuo. Como no dia em que o taxista já começou o assunto com "Vocês me desculpem, mas eu preciso desabafar...". Isso foi há duas semanas, estávamos eu e mamãe no táxi. Dá pra imaginar o tipo de coisa que veio depois, né? Problemas com o trabalho, uma passageira paranóica e suspeita de clonagem do carro.  Eu gosto de conversar, saber mais das pessoas. Mas tem dia que... Sei lá, sabe? *bocejo* Boa noite.